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quinta-feira, fevereiro 24, 2011

O DISCURSO DO REI...(MELHOR FILME) OSCAR 2011

(PARA ASSISTIR AOS VÍDEOS NÃO SE ESQUEÇA DE PAUSAR A MÚSICA NO PLAYER).

Tema: Ludwig van Beethoven No.5

O Discurso do Rei lidera as
 indicações, concorrendo a 12 Oscars: filme, direção, ator, roteiro original, atriz coadjuvante, ator coadjuvante, direção de arte, fotografia, figurino, montagem, trilha sonora original e mixagem de som.
O Discurso do Rei

Trailler I

Fonte: Wikipédia


The King's Speech (O Discurso do Rei) é um filme britânico de 2010, dirigido por Tom Hooper, escrito por David Seidler e estrelado por Colin Firth, Geoffrey Rush e Helena Bonham Carter. No filme o Rei George VI, para superar sua disfemia, contrata Lionel Logue, um fonoaudiólogo. Os dois homens se tornam amigos enquanto trabalham juntos e, depois que seu irmão abdica, o Rei confia em Logue para ajudá-lo a fazer um importante discurso no rádio no começo da II Guerra Mundial.

O roteiro do filme inclui citações reais extraídas dos diários de Logue, que foram descobertos nove semanas antes do início das filmagens, tempo suficiente para serem incorporados. As filmagens começaram em dezembro de 2009 e terminaram em janeiro de 2010. O filme recebeu uma distribuição limitada nos Estados Unidos em 26 de novembro de 2010 antes de receber um lançamento geral em 10 de dezembro de 2010. O filme foi muito elogiado pela crítica por seu estilo visual, atuação e direção. A Rainha Elizabeth II assistiu o filme e ficou "emocionada" com Firth pela interpretação de seu pai.

Colin Firth e Helena Bonham Carter nas filmagens de The King's Speech.

The King's Speech se tornou um roteiro quando o escritor britânico radicado nos EUA David Seidler decidiu mergulhar em trabalho criativo após ser diagnosticado com câncer. Seidler também gaguejava quando criança, segundo ele acredita, devido ao trauma emocional da guerra, que incluiu o assassinato de seus avós durante o Holocausto. Na infância, Seidler se inspirou ao saber que o Rei George VI havia superado a gagueira. "Aqui estava um gago que era Rei e tinha que fazer discursos no rádio e todos ouvindo cada sílaba que pronunciava, e ainda assim o fez com intensidade e entusiasmo". Seidler, agora com 73 anos, se recorda. "Eu sabia pessoalmente o que era aquela tensão, e na minha mente ele se tornou um homem muito corajoso. Foi-me salientado que ali estava um gago como eu, e veja o que ele conseguiu alcançar, então talvez houvesse um futuro para mim". A fascinação de Seidler com o Rei na infância eventualmente o levou, muitos anos depois, a escrever The King's Speech. Depois de completar o roteiro e ter conseguido a remissão, ele mostrou o trabalho à esposa. Ela gostou do roteiro, mas achou que estava cheio de linguagem técnica de cinema, e sugeriu que ele o reescrevesse como uma peça de teatro, para forçá-lo a se concentrar nos personagens. Seidler rasgou o roteiro original e escreveu uma peça do zero, com base nas suas pesquisas. Depois de te-la completado, ele viu que realmente tinha gostado do resultado e a enviou a algumas pessoas para ter opiniões.





No começo de 2006, uma das pessoas a quem Seidler enviou a peça perguntou se poderia passá-la à produtora Joan Lane, da produtora londrina Wild Thyme. Lane viu o roteiro como um potencial drama para o cinema além de peça de teatro e o mostrou ao colega cineasta Simon Egan da Bedlam Productions, que filmou a primeira interpretação ensaiada da peça. Com a perspectiva de montar uma produção teatral, Wild Thyme mandou o texto para Geoffrey Rush e simultaneamente para o diretor Tom Hooper para uma futura adaptação para o cinema; e a Bedlam Productions o passou para Iain Canning da See Saw Films. Apesar de que houve interesse numa produção para o teatro em London's West End, a produção para o cinema como o seu elenco estrelato tomou precedência. O produtor Gareth Unwin da Bedlam Productions leu a peça e achou que poderia dar um bom longa-metragem. O UK Film Council deu a produção um milhão de libras em junho de 2009.

Locações

O desenho dos cenários provou ser um desafio para os cineastas, já que era um drama de época, o filme se baseava muito em uma produção de qualidade, porém o orçamento estava limitado a £10 milhões. Ao mesmo tempo o filme precisava ser autêntico, combinando a opulência real com a miséria da depressão de Londres. Em 25 de novembro de 2009, Derek Jacobi e Geoffrey Rush se juntaram as filmagens no Pullens buildings, em Southwark. Em 26 de novembro, uma semana de filmagens com Colin Firth, Rush e Jacobi começou na Catedral de Ely, que serviu de locação para a Abadia de Westminster. Apesar da Catedral de Lincoln ser arqueteturalmente mais semelhante a Abadia, a equipe preferiu Ely. Seu tamanho permitiu a construção de cenários que não apenas mostrassem a coroação, mais como as preparações. A Lancaster House foi usada como locação para os interiores do Palácio de Buckingham quando o Rei caminha para fazer seu discurso e tirar fotografias oficiais. A equipe procurou os antigos consultórios de Logue, porém eram muito pequenos para as filmagens.

A cena de abertura, passada na cerimônia de encerramento da British Empire Exhibition, em 1925, no estádio de Wenbley, foi filmado no Elland Road e no Odsal Stadium. Elland Road foi usado para os elementos do discurso onde o príncipe começa a gaguejar, e o Odasal Stadium foi usado por parecer com Wembley de 1925. A equipe só obteve acesso ao estádio as 22:00, após um jogo de futebol.

Outras locações incluiam o Cumberland Lodge, Hatfield House e a Usina Termelétrica de Battersea.

Estilo visual

O diretor Tom Hooper emprega diversas técnicas de filmagem a fim de evocar os sentimentos de constrição do rei. A crítica do The New York Times, Manohla Dargis, pensou que a sensação de se estar preso dentro da cabeça do rei teria sido representada muito literalmente através do uso de lentes olho-de-peixe, o que foi negado por Hooper, que disse que ele simplesmente usara lentes mais largas do que o normal para filmar o filme. Já o crítico Roger Ebert notou que a maior parte do filme se passa em ambientes internos, com os corredores e espaços pequenos manifestando constrição e aperto, em contraste com a ênfase usual em majestade e grandeza dos dramas históricos.  Hooper usou enquadramentos amplos para capturar a linguagem corporal, em particular a de Geoffrey Rush que treinou na L'École Internationale de Théâtre Jacques Lecoq em Paris e "é consequentemente brilhante na maneira como leva seu corpo". Hooper ampliou o seu escopo primeiramente para capturar os gestos de Rush, e então movimentos corporais inteiros e silhuetas. A abordagem acabou se estendendo a Firth também. Na primeira cena de testes, o Duque é enquadrado em contraste com uma grande parede e espremido contra o fundo de um longo sofá, "como se para usar o braço do sofá como algum tipo de amigo, ou objeto de apoio?". Martin Filler elogiou a cinematografia "de baixa voltagem" de Danny Cohen, fazendo com que tudo pareça como que “embebido num chá forte".

Música

A trilha sonora do filme foi composta por Alexandre Desplat. Em um filme sobre um homem que luta para se expressar, Desplat foi cuidadoso para não encobrir a dramaturgia. Ele caracterizou o desafio: “Este é um filme sobre o som da voz. A música deve lidar com isso. A música tem de lidar com o silêncio. Tem de lidar com o tempo." A trilha é um arranjo disperso de cordas e piano, com a intenção de transmitir a tristeza do silêncio do rei, e então um calor crescente da amizade entre ele e Logue. A abordagem minimalista enfatiza o esforço do protagonista para se controlar na história. Desplat usou a repetição de uma única nota para representar a monotonia da fala do rei.





A medida em que o filme progride, blocos sonoros de cordas embala a amizade entre os dois até o clímax, na cena da coroação. Hooper originalmente quis filmar a cena sem música, no entanto Desplat argumentou que aquele era realmente o ponto alto da estória, o ponto em que a amizade entre os dois é ratificada pela decisão de confiar um no outro. "Isso é muito raro", disse Desplat. "Na maioria das vezes se têm estórias de amor". Para criar uma sonoridade de acordo com a época, a trilha foi gravada com microfones que haviam sido feitos especialmente para a família real, extraídos dos arquivos da EMI. A trilha foi indicada para vários prêmios, inclusive o de "Melhor Trilha Original" no Oscar, no Globo de Ouro e na BAFTA. A música executada durante a transmissão do discurso no radio de 1939 no ápice do filme é extraído do Segundo movimento (Allegretto) da Sétima Sinfonia de Beethoven.

Exatidão Histórica

De acordo com David Seidler, Tom Hooper insistiu em ser o mais fiel possível a história, os dois trabalharam juntos por quatro meses para terem o melhor o roteiro e assegurar autenticidade. De acordo com o bisneto de Lionel Logue, a equipe de filmagens só descobriu o diário contendo as anotações de Logue sobre o tratamento do Duque há apenas nove semanas antes do início das filmagens. Eles voltaram ao roteiro e o re-trabalharam para refletir suas notas. Hooper disse que algumas das falas mais memoráveis do filme foram tiradas diretamente das anotações de Logue.

Mesmo assim, questões foram levantadas acerca da exatidão histórica do filme. A Professoara Cathy Schultz, por exemplo, mostrou que, por motivos dramáticos, os cineastas apertaram a cronologia dos eventos para parecer que eles ocorreram em apenas alguns anos. O Duque de York, na verdade, começou seu tratamento com Logue em outubro de 1926, dez anos antes da crise da abdicação. Robert Logue, bisneto de Lionel Logue, duvidou de alguns elementos da representação do terapeuta, dizendo "Eu não acho que ele jurou na frente do Rei e com certeza ele nunca o chamou de Bertie". O historiador Andrew Roberts disse que a severidade da gaguez do Rei foi exagerada e que personagens como Edward VIII, Wallis Simpson e George V foram colocados como mais antagonistas do que realmente foram para aumentar o efeito dramático. Isso contradiz alegações da BBC que diz que muitos dos discursos de George VI foram editados para reduzir sua gaguez antes de serem transmitidos a população.

Christopher Hitchens, Roberts e Isaac Chotiner estão entre os espectadores que duvidaram da representação do papel de Winston Churchill durante a crise da abdicação. É historicamente conhecido que Churchill encorajou Edward VIII a resistir a pressão para abdicar, enquanto no filme é mostrado que ele apoiva o Príncipe Albert e era a favor da abdicação. Hitchens e Chotier também falaram sobre as atitudes implícitas de George VI sobre o apasiguamento de Hitler. Enquanto o filme nunca mensiona diretamente o fato, eles dizem que fica implícito que o Rei era contra o apasiguamento. Hitchens diz que George VI era a favor do apasiguamento nas "cartas e diários da Família Real".

Hugo Vickers, um conselheiro real, salientou que fatos históricos foram alterados para preservar a essência da história dramática. Os altos oficiais, por exemplo, não estariam presentes enquanto o Rei fazia seu discurso, nem Churchill estaria envolvido, "porém a maioria dos espectadores sabem quem é Churchill; eles não sabem quem são Lorde Halifax e Lorde Hoare".

Lançamento


O pôster oficial estadounidense foi lançado em 2 de dezembro de 2010, e teve sua estréia mundial em 4 de setembro de 2010, no Festival de Cinema de Telluride, nos EUA. Em sua estréia no Festival Internacional de Cinema de Toronto, foi aplaudido de pé. Inicialmente recebeu uma classificação indicativa de 15 anos pela British Board of Film Classification (BBFC) para seu lançamento no Reino Unido, devido a cenas onde Logue encoraja o Rei a gritar chingamentos para aliviar o estresse. Em uma coletiva de imprensa no Festival de Londres, Tom Hooper criticou a decisão da BBFC, perguntando como a entidade poderia dar 15 para linguagem e deixar que filmes como Salt e Casino Royale terem uma classificação 12, mesmo contendo cenas de tortura. Depois das reclamações de Hooper, A BBFC reduziu a classificação do filme para 12, permitindo que crianças menores de 12 anos vissem o filme acompanhadas por um adulto. Hooper repetiu suas críticas, desta vez contra a Motion Picture Association of America (MPAA), quando essa deu ao filme uma classificação R, impedindo que qualquer pessoa com menos de 17 anos visse o filme sem a companhia de um adulto. Em sua resenha, Roger Ebert criticou a classificação R, chamando de "completamente inexplicavel" e dizendo "Este é um excelente filme para adolescentes".

Crítica
O filme foi aclamado pela crítica. No site Rotten Tomatoes ele tem uma aprovação de 95%, baseado em 193 resenhas, com uma média de 8,6/10. O consenso é que "Colin Firth faz uma performance de mestre em The King's Speech, um drama de época previsível más produzido com estilo". No site Metacritic o filme possui um indíce de 88, baseado em 41 resenhas, indicando aclamação universal.